The Martini Diaries

Quarta-feira, Janeiro 23, 2002


Médicos, assitência técnica e tortura. (a ordem aí realmente não faz diferença...)

Primeiro de tudo, esse será um dos poucos posts confessionais que eu publicarei. Não sou muito fã disso, mas dessa vez eu achei que valia.

Esse começo de ano está meio conturbado. Eu me machuquei no Ano Novo e várias pessoas que eu conheço estão com problemas de saúde (parentes, amigos, co-workers). Enfim, isso tudo para dizer que eu tenho vivido e ouvido muitas histórias de médicos e hospitais e consultórios e comecei a pensar numa coisa: por que médicos marcam hora? Eles nunca obedecem o horário! Sinceramente, ou o cara deixa uma folga razoável entre os pacientes para um eventual atraso, ou então não marca hora e evita das pessoas chegarem no consultório às 15h50, com 10 minutos de antecedência, pois se atrasar 5 minutos perde a consulta e tem de esperar até dar um encaixe e serem atendidas às 18h00, morrendo de dor.
Mas ontem, eu finalmente vi a luz! Liguei para a clínica de fisioterapia (pois é, já falo sobre isso) e tentei marcar horário; a moça disse então: "Não marcamos hora, atendemos por ordem de chegada, senhor." Eu mal podia acreditar nos meus ouvidos. Finalmente, o bom senso. Fui à clínica, esperei 20 minutos (nada comparado a um consultório normal, dos que marca hora) e fui super bem atendido. Taí uma sugestão para os médicos do mundo: "atendemos por ordem de chegada, senhor."

Pior que isso, só assitência técnica de eletrodomésticos (Brastemp, Panasonic, NET, essas coisas...), que deslavadamente dizem: "o técnico irá atendê-lo no período da tarde, senhor." Meu! O "período da tarde" contém 6 horas!!! Ninguém trabalha nesse mundo? E aí o cara não aparece, e quando você liga no 0800 de novo ela diz: "Desculpe senhor, houve um problema com o nosso técnico mas ele irá sem falta amanhã no período da manhã." Mais 6 horas! Aí, eu pergunto para a moça da assistência técnica: "E vocês vão me arranjar um emprego aí, depois? Porque faltando assim para esperar o tal técnico fica difícil manter o meu emprego atual!" E ela fica muda.

Só pra fechar, o negócio da fisioterapia. Tem um aparelhinho que eles usam que te dá choques intermitentes na região machucada por períodos de 10 minutos. O carinha via regulando a intensidade e freqüência do negócio e perguntando se está doendo ou incomodando. Quando você finalmente diz que está doendo, ele diz: "Então agora é só esperar 10 minutinhos que eu venho tirar."
Impressionante, as organizações pró direitos humanos no mundo inteiro lutaram por décadas e ainda lutam para acabar com esse tipo de coisa e eu estou pagando por isso!

Bom, ficam registrados os protestos.
Abraços.


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Domingo, Janeiro 20, 2002

Terça-feira, Janeiro 15, 2002


Felicidade binária

Considere um indivíduo qualquer. Considere, então, que esse indivíduo conhece apenas um fator que determina seu estado emocional em um dado momento. Quero dizer, existe apenas um fator determinante da sua felicidade em qualquer dado momento. Digamos, para ilustrar, que o tal fator seja o estado de vida ou morte do indivíduo; ele está feliz se estiver vivo e infeliz se estiver morto. Esse indivíduo tem apenas dois graus de felicidade possíveis: ou ele está 100% feliz ou ele está 0% feliz.
Considere, então, que o tal individuo ao longo de sua vida, conheceu um segundo fator que influencia na sua felicidade. Novamente, para ilustrar, digamos que o novo fator seja a luz do dia; ele está feliz se for dia e infeliz se for noite. A partir desse momento, o indivíduo adquiriu um segundo grau de liberdade na determinação da sua felicidade. Ele pode estar 100% feliz (vivo durante o dia), 50% feliz (vivo durante a noite ou morto durante o dia) ou 0% feliz (morto durante a noite). Perceba que agora tornou-se mais difícil para o indivíduo atingir a felicidade plena, pois ele tem de preencher dois critérios e não apenas um, como no primeiro caso.
Ao longo da vida, o indivíduo em questão conhecerá mais e mais fatores que determinarão sua felicidade: dinheiro, amor, carreira, conhecimento, pratos diferentes, livros, plantas, pessoas, televisão etc.; enfim, tudo com o que ele tiver contato, tornando a felicidade plena, os 100%, cada vez mais difícil de ser atinigida, cada vez mais distante, tornando o indivíduo eternamente infeliz, mesmo que apenas em 1% do seu total possível de felicidade.
Triste isso.


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Segunda-feira, Janeiro 14, 2002

Sábado, Janeiro 12, 2002


Brindes Instalados!

Pessoas, a partir de hoje estou aceitando comentários (os brindes no final do post.). Brindem à vontade.



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Sexta-feira, Janeiro 11, 2002


Teoria da Propriedade do Problema

Essa é meio velha. Alguns talvez lembrem-se de eu tê-la mencionado, mas lá vai:

Quantas vezes você não se viu dentro da seguinte discussão:

- Isso não é problema meu!
- É claro que é!
- Não é, não! Isso é problema dos outros!

sem ter nenhum argumento ou prova conclusiva sobre a propriedade do problema?

Para esse fim, já há algum tempo eu desenvolvi uma equaçãozinha que determina facilmente de quem é o problema:

ECP/ERP=FPP,

onde ECP é a Energia necessária para você Conviver com o Problema, ERP é a Energia necessária para você Resolver o Problema e FPP é o Fator de Propriedade do Problema.

Se FPP > 1, o Problema é seu, já que você gastaria mais energia (leia-se aí tempo, dinheiro, esforço físico, mental e psicológico etc.) para conviver com o problema do que para resolvê-lo. Analogamente, se FPP < 1, o problema é totalmente dos outros, e eles que se virem para resolvê-lo. Na eventualidade de ECP=ERP e portanto FPP = 1 é o caso do "Mas isso é realmente um problema? Não podemos deixá-lo assim mesmo e tudo bem?" e a resolução do problema passa a ser opcional para ambas as partes, você e os outros.

Espero que ajude.

Abraços.


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Quinta-feira, Janeiro 10, 2002


Frase do dia!

Estava lendo uma matéria sobre drogas etc. na SupeInteressante e a reportagem terminou com uma frase memorável:

Não há nada natural em estar sóbrio. (por um tal Richard Davenport-Hines)




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Gerador de abobrinhas

Tempo livre é uma das maiores drogas para o cérebro. Explico: nada como duas semanas sem o que fazer para transformar um bom e lúcido cérebro em um gerador de abobrinhas sem igual. Dadas as desculpas, entrego ao mundo mais uma mini-teoria:

As histórias-para-os-netos como parâmetro-chave nas decisões vitais de um indivíduo: as grandes decisões tomadas ao longo da vida são regradas por alguns critérios básicos como:

- sua vida corre perigo?
- seu corpo/mente/conta bancária ou parte deles ficarão deformados/disformes/inúteis/sem função/esquisitos de alguma maneira?

que asseguram sua integridade para garantir que o último e decisivo critério possa ser cumprido:

- as conseqüências dessa decisão darão boas histórias para você contar para seus netos?

Pense bem, poucas coisas nessa vida duram o suficiente para que nós possamos extrair todo o prazer enquanto elas acontecem; resta-nos, então, contar a história para alguém, para reviver um pouco e tirar o último suquinho, a raspa do tacho. E quem melhor do que os netos para ouvir nossa histórias, que até lá espero que sejam numerosas e suculentas.

Essencialmente era isso. Hasta luego, hombres!


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Primeiro do ano!

Depois de uma virada extremamente conturbada e um aniversário idem, o ano finalmente começou.
Para o começo deste ano, eu exponho algumas mini-teorias:

1) Das mulheres: não há nada parelho a um grupo de mulheres reunidas. Nas festas, na época mais tolerante do ano, o Natal, quando todos os homens, por mais antipáticos que sejam, se abraçam e partilham como melhores amigos, as mulheres reparam umas nos vestidos das outras; na maquiagem de fulana, no namorado de sicrana, em "que absurdo! tão nova com três filhos; e olhem só o estrupício que é o marido!" etc. Desculpem-me as mulheres, sem as quais, não seríamos nada e não teríamos porquê sê-lo, mas honestamente, é Natal!

2) Da unicidade do eu: essa surgiu na estrada, voltando da viagem de Ano Novo. Um amigo perguntou-me: "e se você tivesse nascido em outro lugar?" Respondi então, que, tivesse eu nascido em outro lugar, não seria eu, mas outra pessoa. O Eu é único, e definido unicamente pelo histórico de vida desde o momento do nascimento até o presente. Se jamais, eu tivesse nascido em outro lugar, ou escolhido outro prato para almoçar num dia qualquer, não seria o mesmo Eu, mas outro, com outra memória. Portanto, é impossível de conjecturar sobre como pensaria se fosse outra pessoa pois nunca o faria de maneira própria sem o mesmo passado. (meio viajante essa, mas ficou marcado)

3) Dos canos na parede: segura que essa é trash! Um cano dentro de uma parede não tem posição definida. Ele tem uma função probabilidade de posição que cobre toda a área da parede com valores que seguem uma distribuição qualquer (não cheguei nesse nível de álcool). No momento em que a broca da furadeira toca a parede e inicia a furação, a função probabilidade da posição do cano torna-se 1 na exata direção da broca, tornando inevitável a interseção da broca com o cano nas dadas coordenadas. Antes, um pouco, quanto mais se define a posição onde será inserida a broca, mais exata se torna a posição do cano, segundo a equação:

delta(posição do cano)*delta(posição da broca) < h/2(pi), onde h é a constante de Planck.

(nossa, poucas vezes tão nerd!)

4) CHEGA!


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